Gratidão

 

Várias têm sido as pessoas cujo testemunho e apoio foram fundamentais para que o Secretariado tivesse vida e o trabalho avançasse apesar das dificuldades.

 

Sr. D. Armindo Lopes Coelho - Sempre presente, acompanhando cada passo e incentivando... A palavra do pastor próximo, compreensivo e receptivo, foi sempre o motor de todas as acções

Sr. D. Januário Torgal Ferreira - Amigo, orientador, firme nas suas intervenções em permanente defesa dos mais fracos (no caso, os imigrantes)

Bispo Roman Rudnyk (Hilarion) - Exemplo de humildade, companheiro de trabalho nos anos mais duros - o início c/ os desalojados e doentes, visitas aos sem-abrigo, as necessidades de tradução, as entrevistas... A tradução de documentos ao longo de 7 anos... O interlocutor de confiança.

Padre Dr. Albino Lopes da Silva - Comandou o "arranque" do Secretariado - a sua humildade  e o imenso respeito por todos, a mente aberta, a seriedade, o sentido de responsabilidade e a fidelidade ao seu bispo, fizeram dele o companheiro cujo exemplo tentamos seguir.

Padre Rui Pedro - Tantos anos de mãos dadas, na luta pelo desenvolvimento de um trabalho desvalorizado pela maioria... A simplicidade, a permanente atitude de serviço e o apurado sentido de Igreja, foram pontos marcantes na nossa caminhada.

Padre António Matos e casal Mendonça (Viseu) - Amizade, partilha, apoio e colaboração - o prolongamento da família.

 

As palavras possíveis no momento…sobre D. António Francisco dos Santos

Algumas pessoas pediram-me para escrever (ou dizer) algumas palavras sobre o nosso Bispo, que tão rapidamente nos deixou órfãos.

Não consegui faze-lo na altura. Em cima do acontecimento, com a dor do seu desaparecimento tão repentino quanto surpreendente, com a mistura de emoções e sentimentos, não era fácil.
Neste dia, em que, daqui a pouco celebraremos na Catedral o 7º dia da sua partida, com a serenidade possível, aqui vai.
 

O nosso conhecimento não veio apenas de ser meu Bispo durante os últimos três anos, mas de bastantes anos antes, pelo trabalho nas Migrações e outros relacionados, durante os quais me habituei a admirá-lo e amá-lo, pelos seus traços marcantes.

O Senhor D. António Francisco tinha uma Pedagogia muito própria e eficaz, uma inteligência e uma memória invulgares e uma grande serenidade; mas tinha, sobretudo, uma enorme simplicidade, uma atenção e um cuidar de todos, que impressionavam. Os gestos e as palavras cheios de ternura, marcavam profundamente. Atento a todos e a cada um, não nos tratava como se fossemos “mais um” no meio da multidão; chamava-nos pelo nome e o seu olhar carinhoso e profundo, chegava ao interior do nosso coração. 


Tinha atitudes que me deixavam (e a outros também) perplexa. A tal bondade de que muito se tem falado nestes dias, não era uma bondade vulgar; era uma bondade traduzida em gestos e palavras especiais, de forma de tal modo sublime, que espantava.

O Senhor D. António Francisco agradecia tudo. Agradecia também aos que lhe faziam mal, àqueles que se lhe opunham rudemente ou o desrespeitavam; também aí havia sempre, de alguma forma, um agradecimento pelo acolhimento, etc… Fazia-o de uma forma absolutamente incompreensível para mim, simples mortal em caminhada de constante aperfeiçoamento. Era como se agradecesse por mais uma provação! Não entendemos… Por isso digo, sem dúvida ou receio de faltar à verdade, que o Senhor D. António Francisco é um santo! Essa sua bondade e capacidade de aceitação, não eram apenas “naturais”.

Sim, o Senhor D. António Francisco era genuíno, as suas palavras significavam exactamente aquilo que dizia, mas toda a sua forma de actuar, nas mais diversas circunstâncias, tinha bem vincada, a marca da santidade.
Não tenho dúvidas de que, nesta nova dimensão, estará sempre connosco, ajudando e orientando, intercedendo por nós!
 

Particularmente, guardo boas lembranças, de momentos de partilha: de um simples cálice de vinho do Porto na Casa Episcopal de Aveiro, às brincadeiras entre Sacristias improvisadas e “telemóveis enfiados no bolso do casaco”, passando pelas nossas várias conversas mais particulares e sérias no piso -2 da Casa Diocesana do Porto e pelo seu interesse e preocupação pelo meu estado de saúde, tantas vezes manifestados. 
Com muita satisfação e carinho, guardo, do nosso último encontro, antes de férias, um sentido abraço e os repetidos pedidos de desculpa por não ter conseguido ir ver-me ao Hospital. 


Muito grata, querido D. António Francisco! Até breve!

Maria Viterbo – Secretariado Diocesano das Migrações e Turismo – Porto – 18 de Setembro de 2017

 

 

 

 

 

 

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